12 de ago. de 2012

Amanda amava


Vivia por amor.
Morria de amor.
Era amor que não cabia em si.
Era amor para amados e afins.

Os amados com seus amores derramados.
Pobres amados, desamparados.
Os amantes, ah, esses eram diamantes.
E que amantes! Tão marcantes.

Era seu jeito de amar.
Amanda amava.
E como amava.

10 de ago. de 2012

Corre o tempo

Estou exausto. Semana corrida. Passou minuto a minuto. Mas passou.

A areia da ampulheta parece estar mais fina, desce mais rápido.
Podia até ter uma pedrinha escondida nessa areia.
Podia o tempo dar uma paradinha agora mesmo.
Só para eu também parar um pouquinho.
Só para eu congelar todo esse cansaço.

Mas é muita areia, é muito peso sobre a pedra.
Acabo me lembrando que pedra quebra.
Tempo é que é inquebrável.

5 de ago. de 2012

Ela

Se interessou por gatinhos. Encontrou leões.
Descobriu que era bom ser comida.

Se jogou às minhocas. Encontrou serpentes.
Era bom ser picada.

Se atirou aos peixes. Encontrou tubarões.
Era bom ser devorada.

Se jogou aos homens. Encontrou gorilas.
Era bom ser mulher.
Era bom ser.
Era bom!
Era...
Ela!